Cultura e contracultura - relações interdisciplinares

sábado, 12 de novembro de 2011

O que é ser hippie?

  Desde minha juventude, no final dos anos 60 e começo dos 70 do século XX, me pergunto o que é ser hippie? Se eu era hippie, se adotava uma ética hippie (no sentido do paz e amor), uma estética (sem saber seu significado), um comportamento. Por outro lado, era muito careta, sempre temi perder o controle das coisas, principalmente de mim mesmo. Quando me foi oferecido, por um amigo querido, uma pastilha de ácido, recusei. Eu achava que já sabia tudo só lendo sobre. Fiquei feliz ao ler o livro de Caetano Veloso, um de meus ídolos desde sempre, que ele é também não aderiu ao festival de drogas que sua época permitia (hoje, confesso, mais um circo dos horrores). Não se trata, nem ele faz isto, de um julgamento moral dos que se entupiram (pelos tragos, pelas veias e pelas narinas, pelas bocas) nos anos loucos. Muitos sobreviveram para contar a história, outros viraram personagens de um poema hoje clássico de Allen Ginsberg..... (continuo esta reflexão assim que puder, assim que voltar de uma viagem).....

2 comentários:

  1. Sexo, drogas e rock 'n roll. Além disso, uma vida cigana (viagens aventureiras, da Bahia à Índia, preferencialmente de carona e com pouca grana), a estruturação de novas formas de parentesco e de organização familiar - o caso mais famoso era a 'república' dos Novos Baianos. Havia também um jeito slow motion de levar a vida, recusando o ritmo intenso do mundo capitalista, havia um certo clima esotérico com a incorporação de pensadores misticos, religiosos e mesmo mágicos (Castanheda, lembra-se?). Literatura: os beatniks dos EUA dos anos '60 e '70; e os poetas franceses do final do seculo XIX (Baudelaire e Rimbaud, para ficar nos mais afamados). Cinema? 'Easy Rider', é claro. Teatro: 'Hair'. No Brasil, o maior ideólogo era o jornalista e critico de teatro Luis Carlos Maciel - ainda hoje ativo pensador, atuando no Rio de Janeiro. Maciel tinha coluna semanal no jornal O Pasquim e tentou lançar um semanario, que sobrevivou por apenas 5 edições: Flores do Mal. Dizem que tudo acabou: ou foi quando John Lennon pronunuciou uma famosa frase ('the dream is over'; complementado pela canção de Gil: 'quem não dormiu no sleeping-bag, nem sequer sonhou'); ou então o fim teria ocorrido quando Lennon foi assassinado. 

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  2. Fala a verdade: nos dias que correm, de tanto fascismo travestido de democracia, de gente querendo controlar até o que a gente pensa, de lembrar o que Leary disse sobre "pensar por si mesmo" e sobre o direito do indivíduo de alterar sua consciência, não dá um certo arrependimento não ter experimentado, não aquelas coisas horríveis todas (hero, etc) mas o lindo sonho delirante?? rsss...um grande abraço

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